segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Marcas do que se foi

Primeiramente, vou me apresentar. Me chamo Gael, moro no Rio de Janeiro. E, claro, sou um pegador. Me apresentei porque sei que, após o término do Te Pego às 7, o blog ainda ganhou mais leitores do que quando estava "funcionando". Mas eu não escrevi isso à toa. Tem que ter o por que de eu ter feito este post. Seguinte: eu estou literalmente e incondicionalmente com saudades do Te Pego às 7. Pode parecer estranho, mas é verdade. Às vezes, quando estou na rua e vejo algum acontecimento, penso: "Isso daria um bom post. Acho que iriam gostar. Ah, não, deixa para lá". Me lembro de bons momentos desde o começo do blog e antes. Um deles é de quando eu "conheci" o Luc pela primeira vez. Ele me seguiu no Twitter, mandou uma reply para mim e eu respondi: "Quem é você?", e ele: "Eu sou o seu amigo do blog também". Eu não respondi ele e demorei para dar follow nele. Depois, ficamos super amigos e assim por diante. Também guardo momentos, digamos assim, históricos dos pegadores. Tenho uma foto de uma das conversas via mensagem instantânea (MSN) entre todos.

O que para muitos pode não parecer nada, para mim significa muito. Foi nessa conversa mesmo que decidimos o que seria do blog. Ainda guardo várias ideias que eu pretendia colocá-las aqui, no blog. Uma delas seria de escolher um leitor para criar um post legal e que se identifique com o perfil e a linguagem do blog. Vou continuar mantendo vai saber o por quê, né? Não podemos esquecer também do Chat do Te Pego às 7, via mensagem instantânea (MSN). Eu o criei com o príncipio de reunir os leitores do blog para que possam se conhecer e debater até mesmo com a presença de um dos pegadores sobre o blog. Sempre me pergunto: "Será que vai voltar? Bom, já estamos no final do ano e, provavelmente, ele voltará; afinal, é tempo de férias". Tudo bem, essa última frase ficou muito High School Musical. Falando nisso, podemos comparar o blog com o fênomeno High School Musical. Pensa bem: ambos tiveram contagem regresiva para a estreia, ambos fizeram sucesso enquanto estiveram "disponíveis", ambos tiveram uma turnê (que no caso do blog seria o meeting) para encontrar com quem os admiravam e ambos foram difíceis de acreditar que acabou. Mas, mesmo assim, ainda se mantêm vivos nas memórias e lembranças de muitas pessoas.

Vocês, leitores, sabem que os pegadores têm responsabilidades e compromissos. Não ficamos na Internet o dia todo. Estamos crescendo e, junto com isso, vem as decisões que devemos tomar. Eu estou fazendo o que eu mais gosto, que é atuar no teatro e na televisão. É isso o que eu quero para mim. Mas se for para o bem do blog, eu investiria tudo nele. Quero que saibam que vocês podem contar comigo para tudo. Eu sempre estarei do lado de vocês, leitores. Eu quero o melhor para vocês. Podem contar comigo.

@GaelAugusto

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Fios, lagartas e porquês

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Era apenas uma criança. Mais uma, aliás, com tantos porquês em mente. Papai já se preocupava com os fios de cabelo sem pigmento que estavam por nascer, e, dia vai, dia vem, o seu trabalho mais duro era encontrar - quando não se via na obrigação de inventar - respostas rápidas para as minhas perguntas. Não que elas precisassem ser convincentes, até porque eu tinha uma meia dúzia de anos ainda, mas as minhas dúvidas sobre essa esfera que insiste em rodar deixavam -no intrigado.
Eu perguntei porque as borboletas nasciam lagartas, e ele respondeu-me que aquela era a maior lição de vida para se tomar como exemplo. Sabe, o inseto que nasce feio e gorducho para depois ganhar cores e asas, transformando-se em algo novo e admirável. Foi aí que eu perguntei porque elas precisavam transformar-se. Quer dizer, lagartas podem não ser as mais lindas das criaturas, porém, para mim, elas não podiam ser vistas como 'o patinho feio'. O cara ao meu lado apontou para os seus cabelos negros, certo de que um bocado de fios brancos se encontravam ali. Ele disse que toda e qualquer coisa do universo evoluía, transformando-se com o tempo. Não satisfeito, soltei rapidamente mais de meus questionamentos: Então um dia eu irei ter asas, papai? Assim como as borboletas? O homem permaneceu quieto, pego de surpresa. E, pela primeira vez, sem uma resposta rápida. Percebi em seu olhar que algo estava errado, mas antes que eu voltasse a perguntar, abri os braços e corri em círculos, rindo alto ao imaginar que voava.
Agora eu sei que papai não quis acabar com o meu sonho. Eu nunca teria um par de asas, e isso acabei descobrindo por conta própria. Mas ele nunca soube que eu não precisava disso para voar. Peter Pan não precisou. Passei muito tempo indo para o infinito sem o auxílio delas. Porém, assim como ele disse, todas as coisas evoluem. E a cada noite eu peço, em silêncio, para que ocorra logo a minha transformação. No fim, somos todos pequenas lagartas.